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sexta-feira, 15 de abril de 2016



satelites

O mercado de satélites tem ganhado muito destaque na mídia em função de inovações importantes como o surgimento de foguetes reutilizáveis, sobretudo com o sucesso de lançamentos seguidos de pousos controlados de lançadores da Space X e Blue Origin. Mas existe uma tendência igualmente impactante e que promete revolucionar a indústria de comunicações via satélite: o reabastecimento e manutenção de satélites em órbita, inclusive satélites geoestacionários, que ficam posicionados no espaço a 36 mil km em relação à Terra. Estes satélites, desde que passaram a ser utilizados, sempre foram considerados "descartáveis". Seu tempo de vida durava tanto quanto o combustível necessário para mantê-lo em órbita, num ciclo de vida que variava entre 15 e 20 anos, a depender da quantidade de combustível remanescente do lançamento e do uso do satélite (o maior gasto de combustível se dá no posicionamento inicial ou em manobras de reposicionamento). Outro grande desafio era a impossibilidade de fazer reparos ou ajustes de hardware nos satélites depois de lançados, o que torna o planejamento e o seguro dos equipamentos muito dispendioso e o risco da operação extremamente alto.
Os satélites defeituosos são dados como perdidos e precisam ser substituídos, com todos os custos de construção e lançamento. Já os satélites funcionais em geral permanecem em operação até o final de sua capacidade de navegação e controle por falta de combustível, quando então são descartados mesmo que as funções eletrônicas permaneçam em pleno funcionamento.
A Orbital ATK, fabricante de satélites, anunciou esta semana um acordo com a Intelsat (uma das maiores operadoras globais de satélites geoestacionários) para estabelecer "serviços de reparos e extensão de vida útil de satélites". A Orbital ATK informa que vai "construir, testar e lançar o primeiro veículo comercial de serviços" (Commercial Servicing Vehicle – CSV), que permitirá operações de logística e manutenção. O Mission Extension Vehicle-1 (MEV-1) será lançado em 2018 e, passando nos testes, começará a sua missão de estender a vida útil de satélites da Intelsat em 2019. A empresa não dá detalhes do tipo de procedimento que será realizado nem em quais satélites já em operação isso será possível.
Segundo declarou em comunicado o presidente da Orbital ATK, David Thompson, "existe necessidade vital para serviços que ampliam a vida útil de satélites antigos e que ainda estão plenamente operacionais, tanto nos segmentos de satélite comerciais quanto governamentais. Estamos iniciando uma nova etapa com a ampliação da nossa frota de veículos espaciais que prestarão diversos tipos de serviços no espaço".
Já Stephen Spengler, presidente da Intelsat, declarou no mesmo comunicado que "considerando o tamanho da nossa frota de satélites, toda tecnologia que amplia nossa flexibilidade em órbita nos permitirá atender melhor nossos clientes, como é o caso da extensão da vida útil de um satélite saudável. Adotamos o conceito do serviço em órbita e temos orgulho de sermos pioneiros com a Orbital ATK nessa inovação que promove uma relevante mudança".


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